Insights & Media

News

2025-11-03
Sofia Carneiro Silva analisa o regresso do banco de horas individual no contexto da reforma laboral

News

O regresso do banco de horas individual volta a estar em cima da mesa com o Anteprojeto de Lei da Reforma Laboral – Trabalho XXI, reabrindo um debate antigo entre flexibilidade e proteção do trabalhador.

Num artigo publicado no ECO, Sofia Carneiro Silva, Associada da área de Laboral da CCA Law Firm, explica que esta medida, apesar de recordar regimes anteriores, “não é um simples regresso ao passado: é um regresso com travões”.

O novo enquadramento propõe um acordo expresso e escrito entre empregador e trabalhador, eliminando a presunção de consentimento que gerava críticas no regime anterior. Mantêm-se os limites máximos, até duas horas adicionais por dia, 50 horas semanais e 150 horas anuais mas, o período de referência reduz-se de doze para quatro meses, o que garante maior previsibilidade e rapidez na compensação das horas acumuladas.

Para a advogada, o novo modelo “procura corrigir os desequilíbrios do passado, mantendo a flexibilidade que as empresas exigem, mas com barreiras que respondem às críticas sindicais”.

O debate sobre o banco de horas individual divide opiniões: para as empresas, trata-se de uma ferramenta essencial de gestão de produtividade; para os sindicatos, é um potencial retrocesso nas condições de trabalho. Sofia Carneiro Silva conclui que o sucesso da medida dependerá da forma como for implementada, “com transparência, previsibilidade e respeito pelo equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”.