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Os impactos da pandemia continuam a fazer-se sentir não apenas no setor da saúde, mas também na economia. A recente preocupação manifestada pela AHRESP, que identificou dificuldades significativas no cumprimento dos créditos contraídos durante a pandemia por parte de empresários da restauração e hotelaria, é um sinal claro de que os sintomas persistem.
Num artigo de opinião para o Jornal de Negócios, Marina Carvalho, Associada Sénior da área de Contencioso & Arbitragem da CCA Law Firm, alerta para as consequências económicas da chamada “covid longa”, que agora se manifesta nas dificuldades financeiras de muitas empresas.
“Cinco anos após o início da pandemia, as dificuldades económico-financeiras que emergem não são mais do que um reflexo de uma 'covid longa', mas na sua expressão económica”, sublinha a advogada.
Para Marina Carvalho, a solução não deve passar pela contratação de novos créditos para pagar os antigos, mas sim por terapêuticas mais estruturais, como a reavaliação das condições dos financiamentos existentes ou a criação de instrumentos financeiros adequados. A advogada lembra ainda que o ordenamento jurídico português oferece já mecanismos relevantes, como o Processo Especial de Revitalização (PER), o Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE) e, em última instância, o Processo de Insolvência.
A conclusão é clara: ignorar estes sinais de alarme pode custar caro às empresas e à economia. Tal como na saúde, também na vida empresarial o atraso no diagnóstico pode agravar a doença – e tornar o tratamento mais difícil.
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- Jornal de Negócios